Primeiro foram os contos de fadas e os quadrinhos. A partir daí, comecei a ler a torto e a direito, lia tudo que estava disponível à minha frente, de histórias da Bíblia até almanaques, de Casemiro de Abreu a Pedro Calderón de La Barca. A lista a seguir, bastante eclética, contem alguns dos livros e autores que li mais ou menos entre os 10 e 18 anos. Adorava os livros da “Coleção Menina e Moça”, que traziam muitas histórias de mistério e de aventuras. Acho que foi a coleção “Vagalume” de minha adolescência, mas não me lembro de nenhum autor brasileiro. Os livros eram todos traduzidos, principalmente do francês. Demorou muito tempo para aparecer um autor brasileiro que se interessasse por literatura infanto-juvenil. O primeiro que conheci foi Viriato Correia, li “Cazuza” várias vezes. Depois descobri Monteiro Lobato. De José de Alencar li tudo, pois tínhamos em casa sua obra completa. Com certeza não era meu favorito – havia também o Machado de Assis, mas na verdade eu preferia uma Pata da Gazela a um Quincas Borba. (Não sabia, então, que Machado de Assis seria para sempre). Mas, em em falta de um livro novo, eu lia qualquer coisa que encontrava. Da pequena biblioteca paroquial; da biblioteca – apenas um armário – da sala de dona Aparecida, dos livros do meu irmão, das leituras do meu pai, de professoras, de amigas. Alguns, com certeza, não eram adequados para minha idade, mas eu burlava a censura – não que esses fossem meus prediletos, mas se me caíam nas mãos… Os prediletos eu relia inúmeras vezes e, nessas releituras, fui instintivamente reconhecendo o que era a Literatura – assim, com letra maiúscula.
- Contos de Grimm, Andersen e Perrault
- As Meninas Exemplares, Os Desastres de Sofia, Memórias de um Burro – livros de Condessa de Ségur ( e muitos livros da Coleção “Menina e Moça”: havia muitas histórias de mistério, eu adorava)
- Beleza Negra – Anna Sewell
- Guilherme Tell (adaptado da peça de Friedrich Schiller . Hoje tenho a obra traduzida, gosto tanto dela quanto de outra obras de Schiller).
- Cazuza – Viriato Correia
- Pollyanna – Eleanor H. Porter
- Mulherzinhas – Louisa May Alcott
- A Chave do Tamanho, Ideias de Jeca Tatu, Caçadas de Pedrinho (e outros) – Monteiro Lobato
- (Quase todos os livros de M. Delly e da “Biblioteca das moças”)
- Alice no País das Maravilhas – Lewis Carrol (Li, quando criança a tradução feita por Monteiro Lobato. É ótima, claro. Para adultos, é imperdível a tradução de Augusto de Campos)
- O homem que calculava, Mil Histórias sem Fim, Maktub – Malba Tahan
- Robin Hood (Várias versões)
- Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda (Várias versões)
- Histórias do Antigo Testamento : A Arca de Noé. Esaú e Jacó, Judite, Ester, Davi e Golias, Salomão, Sansão e Dalila, Daniel, José do Egito etc. (adaptações)
- O Corcunda de Notre-Dame, Os Miseráveis, Os Trabalhadores do Mar – Victor Hugo
- As Aventuras de Tom Sawyer, As Aventuras de Huckblerry Finn – Mark Twain
- O Velho e o Mar, Por Quem os Sinos dobram, Paris é Uma Festa – Ernest Hemingay
- Helena, A Mão e a Luva, Ressurreição (depois todos) de Machado de Assis
- Iracema, Ubirajara, O Guarani, A Pata da Gazela e outros de José de Alencar
- Música ao Longe, Clarissa, O Tempo e o Vento – Érico Veríssimo
- O Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
- O Quinze – Rachel de Queirós
- Bom Dia, Tristeza – Françoise Sagan
- Romeu e Julieta (adaptação da peça de Shakespeare)
- A Letra Escarlate, A Casa das Sete Torres – Nathaniel Hawthorne
- Viagem ao fundo do Mar – R. A. Montgomery
- Cinco Semanas em um Balão, Viagem ao Centro da Terra, Vinte Mil Léguas Submarinas, A Volta ao Mundo em oitenta Dias, A Ilha Misteriosa – Júlio Verne
- Éramos Seis , A Ilha Perdida – Maria José Dupré
- O Morro dos Ventos Uivantes – Emily Brontë
- O Meu Pé de Laranja Lima – José Mauro de Vasconcelos
- Ivanhoé, A Última Torre, O Talismã, Rob Roy – Walter Scott
- Paulo e Virgínia – Bernardin de Saint-Pierre
- Salambô – Gustave Flaubert
- Os noivos – Alessandro Manzoni
- Série “Os Reis Malditos” de Maurice Druon: O Rei de Ferro, A Rainha Estragulada, Os venenos da Coroa, A Lei dos Varões, A Loba de França, O Lis e o Leão, Um Rei perde a França.
- Os Irmãos Karamazov – Dostoivéski
- Sagarana, Primeiras Estórias – Guimarães Rosa
- As pupilas do Senhor Reitor – Júlio Dinis
- A Cidade e as Serras – Eça de Queiroz
POESIA
Muito de Castro Alves, Casemiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Olavo Bilac, Fagundes Varela, Gonçalves Dias; Cecília Meireles, Carlos Drummond, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa… E um ou outro poema de Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Pierre de Ronsard, Calderón de La Barca, Gabriela Mistral…
Sobre os autores citados
a) Os irmãos Grimm, Jacob (Hanau, 4 de janeiro de 1785 – Berlim, 20 de setembro de 1863) e Wilhelm (Hanau, 24 de fevereiro de 1786 – Berlim, 16 de dezembro de 1859), foram dois irmãos, ambos acadêmicos, linguistas, poetas e escritores que nasceram no então Condado de Hesse-Darmstadt, atual Alemanha. Os dois dedicaram-se ao registro de várias fábulas infantis, ganhando assim grande notoriedade, notoriedade essa que, gradativamente, tomou proporções globais. Também deram grandes contribuições à língua alemã, tendo os dois trabalhado na criação e divulgação, a partir de 1838, do Dicionário Definitivo da Língua Alemã (o “Deutsches Wörterbuch”), que não chegaram a completar, devido a morte de ambos entre as décadas de 1850 e 1860.” (Copiado na íntegra da Wikipédia).”
Nota: Sobre contos de fadas, leia mais em http://www.alexandrebrito.net.br/verbetes/Entradas/2012/2/2_Jacob_e_Wilhelm_-_Os_irmaos_Grimm.htm
b) Hans Christian Andersen nasceu a 2 de abril de 1805 — Copenhague, 4 de agosto de 1875) foi um escritor e poeta dinamarquês de histórias infantis. Em vida, escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias, e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido. Desde o século XIX, seus contos já foram traduzidos para mais de 125 idiomas e inspiraram inúmeras peças de dramaturgia, óperas, sinfonias e filmes.Desde 1956, a organização não-governamental suíça International Board on Books for Young People (IBBY) concede o Hans Christian Andersen Award – um prêmio literário batizado em homenagem ao autor, e que é considerado o “Prêmio Nobel da literatura infanto-juvenil”.
Principais obras:O Abeto, O Patinho Feio, Os Sapatos Vermelhos, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia, A Roupa Nova do Rei, A Princesa e a Ervillha, A Pequena Vendedora de Fósforos, A Polegarzinha, A Rainha da Neve, A Pastora e o Limpa-chaminés.
c) Lygia Bojunga Nunes (Pelotas, 26 de agosto de o Preêmio Hans Christian Andersen, considerado o Prêmio Nobel da Literatura Infantil, por seus livros Angélica, A Casa da Madrinha, Corda Bamba, O sofá Estampado, A Bolsa Amarela. A lista completa de sua obra é bem mais longa, vale a pena verificar.
d) O brasiliense Roger Mello venceu a edição 2014 do prêmio Hans Christian Andersen, na categoria ilustrador. É a primeira vez que o Hans Christian Andersen é concedido a um ilustrador da América Latina.
e) Charles Perrault – Paris, 12 de janeiro de 1628 – Paris, 16 de maio de 1703) foi um escritor e poeta francês do século XVII, que estabeleceu as bases para um novo gênero literário, o conto de fadas, além de ter sido o primeiro a dar acabamento literário a esse tipo de literatura, o que lhe conferiu o título de “Pai da Literatura Infantil”. As suas histórias mais conhecidas são Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, O Gato de Botas), Cinderella (Barba Azul, O Pequeno Polegar).Contemporâneo de Jean de La Fontaine, Perrault também foi advogado e exerceu algumas atividades como superintendente do Rei Luís XIV de França. Mas seu papel mais apreciado na corte era o de contador de histórias. Não para crianças, mas para os adultos, incluindo o rei, a rainha e todos a nobreza que se reunia à noite para se divertir. Perrault adequava sua linguagem à sofisticação, luxo e superficialidade daquelas pessoas, acrescentando detalhes maliciosos ou comentários como “… sua roupa era mais antiquada do que no tempo de minha avó’ referindo aos trajes que vestia a princesa ao despertar depois de dormir cem anos, no conto A Bela Adormecida A maioria de suas histórias ainda hoje são editadas, traduzidas e distribuídas em diversos meios de comunicação, e adaptadas para várias formas de expressões, como o teatro, o cinema e a televisão, tanto em formato de animação como de ação viva.
2. Sophie Feodorovna Rostopchine, a Condessa de Ségur, nasceu em São Petersburgo, 1 de agosto de 1799 e morreu em Paris, 9 de fevereiro de 1874) foi uma escritora russa, largamente conhecida no século XIX, como autora de obras-primas de literatura infanto-juvenil. Em 1817 sua família mudou-se para a França, onde ela conheceu o Conde Eugène de Ségur com o qual se casou em 1819. Apesar de começar a escrever aos 58 anos de idade, produziu uma obra de mais de 20 livros, assiando-os com o nome Condessa de Ségur. “Criadora de personagens eternos para o imaginário infantil, suas principais obras são Os desastres de Sofia, As meninas exemplares, e As férias, em que desenvolvem-se os personagens-mirins Sofia, Paulo, Camila e Madalena, além de Memórias de um burro.” A desastrada Sofia foi sua personagem mais amada pelas crianças e jovens da época, que se encantavam com as diabruras e maluquices de uma garota levada num mundo de meninas “exemplares”.3) Anna Sewell, escritora inglesa, nasceu em 1820 e morreu em 1878. Ficou inválida por toda a vida e seu pai a levava para acompanhá-lo em seu trabalho. Sentava-se no lugar do cocheiro e isto fez com que visse o sofrimento do cavalo preso a um freio que o impedia de levantar a cabeça, carregando pesados fardos por subidas e ladeiras, ficar muitas horas exposto ao frio. Foi sua empatia por esse cavalo que a levou a escrever Beleza Negra, livro no qual encontramos o seu ponto de vista em relação ao sofrimento: “Se vemos coisas erradas ou cruéis e nada fazemos para evitá-las, nós nos tornamos coniventes com elas.”
4.Friedrich Schiller Johann Christoph Friedrich von Schiller (Marba 10 de novembro de 1759 — Weimar, 9 de maio de 1805), mais conhecido como Friedrich Schiller, foi um poeta, filósofo, médico e historiador alemão Schiller foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII e, assim como Goethe, Wieland e Herder, é um dos principais representantes do Romantismo alemão e do Classicismo de Weimar. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou famosa na literatura alemão ambiente é de empolgante amizade, e ali compõe o poema “Ode à Alegria”, que seria imortalizada na Nona Sinfonia de Beethoven. (Wikipedia)
Nota: A militância e a obra de Schiller para o Movimento Romântico são de tamanha importância que serão tratados num outro artigo, que será publicado na seção Biografia. (Lembrando que o Romantismo não foi um estilo em que predominavam personagens belas e lacrimosas, mas sim um movimento de rebeldia contra os costumes e política da época).
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